Por Que Eu Leio Biografias?
Última modificação: 04/10/2020
Dois anos atrás comecei a ler biografias. Por muito tempo achei que isso fosse o tipo de leitura que eu não iria me interessar. Então li a biografia do Steve Jobs, depois do Einstein, Elon Musk e agora do Leonardo Da Vinci.
O que mais me atrai em biografias não é necessariamente descobrir os detalhes das coisas que as pessoas fizeram. Para isso, eu poderia muito bem ler a própria publicação que Einstein escreveu sobre a teoria da relatividade. Com certeza será melhor explicado que na sua biografia, onde o objetivo não é ser preciso, científico e detalhista, mas sim explicar os comportamentos, as histórias, os dilemas, as dificuldades e os triunfos.
Quando lemos um evento isolado da vida de alguém, normalmente temos uma percepção limitada do que está acontecendo. Podemos ter algumas informações sobre da onde a pessoa vinha e qual o objetivo, para onde estava indo. Mas acho que a biografia nos oferece um pouco mais. Não é apenas um evento da vida daquela pessoa, são vários eventos. E de evento em evento, eles se misturam. Foi assim na primeira biografia que eu li, foi nessa última também.
As vezes fazemos algo e nos perguntamos para quê isso vai servir no futuro. A resposta, que talvez você não goste de ouvir, é que a maioria do que fazemos é para nada. Não vai resultar em nada.
Lendo todas essas biografias, no entanto, eu gostaria de dar uma perspectiva diferente. Depois de ter lido um número razoável delas, eu comecei a notar uns padrões. Notar como eventos que aparentemente não tinham importância eram os alicerces de eventos maiores que aconteciam no futuro.
Não temos como saber quais dos eventos que vivemos agora serão importantes para nós no futuro. Podemos tentar adivinhar, e tentamos levar nossas vidas para a direção que queremos. Ainda assim, no final do dia, é difícil saber se o curso que você fez vai te garantir um emprego, se as pessoas que você cultivou a amizade estarão por aqui em alguns anos. É um direcionamento, não são certezas.
Mas tem uma coisa que essas pessoas dessas biografias tinham em comum. Todas elas, sem exceção. Algo que mudou todos os eventos que serviam como alicerces para os maiores, algo que guiava a própria existência dos eventos maiores nas vidas dessas pessoas. E essa coisa se chama curiosidade.
A curiosidade parece ignorar a pergunta que diz: “para quê vou usar isso no futuro?". A curiosidade tem um objetivo imediato saber como algo funciona, agora. Ser curioso com as coisas te traz novos pensamentos, ideias, conexões e perspectivas.
Posso dizer que leio todas essas biografias porque queria saber como essas pessoas viviam, como eu poderia aplicar na minha própria vida modos de como pensavam. Talvez isso é verdade. Mas tem algo a mais, que fui aprendendo ao longo dessas biografias, e quando pego a próxima para ler eu não necessariamente estou pensando o que eu vou poder usar na minha própria vida. Hoje em dia, estou lendo por curiosidade. Se isso me servir de algo no futuro, vai ser melhor ainda, porque hoje já matou a minha curiosidade.
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