Preciso de uma rotina!
Última modificação: 06/05/2020
Como o título já diz, eu realmente preciso de uma rotina. Essa semana foi completamente corrida, e só hoje eu tive tempo de lavar minhas roupas. Infelizmente outras pessoas tiveram a mesma ideia, o resultado é que estou esperando a máquina de lavar ficar livre a horas.
Nesse processo, de lavar roupa, me surgiu uma dúvida: que porra é essa que eu não posso lavar roupa preta junto com roupa branca? Primeiro, como diabos eu vou saber qual roupa minha é preta e qual é branca? E, pior, que vergonha desse desenvolvimento tecnológico que não resolveu um problema tão básico quanto esse…. Quer saber, vou tocar o foda-se; lavar essas merdas tudo junto e não to nem aí, ou, melhor, vou jogar todas as roupas brancas fora que o problema estará resolvido. Decidido, cheguei a um acordo com o universo.
Os últimos dias se resumem no final da semana de Orientação dos Estrangeiros. Registrei-me na cidade, ganhei um ticket que me permite andar de trem e ônibus de graça, em Karlsruhe, por 6 meses, criei uma conta no banco e fiz a matrícula na universidade. Todos os itens descritos acima deram errado em alguma parte do processo e eu tive que ir atrás de documentos, cópias, etc., a semana inteira o que me tomou um tempo gigantesco. De mão dada com hans Murphy eu vou seguindo.
Falando em banco, viajei para a Alemanha com um cartão chamado “Visa Travel Money”. Aparentemente é uma ótima alternativa para se viajar, porque você carrega ele no Brasil em reais, o dinheiro é convertido para euro, e você pode usá-lo como um cartão de débito aqui fora ou pode sacar o dinheiro em caixas. O problema foi que as máquinas aqui engoliram os meus dois cartões!!! Tanto o original quanto o reserva. Máquinas que constavam no site da Visa como disponíveis para saque. Mas qual o problema disso tudo… acontece que eu tenho 20 Euros no bolso e nenhuma vontade de me prostituir. Me resta apenas colocar velas no meu Drakkar e pilhar a região como um viking.
Na quinta-feira fizemos um teste de alemão para sabermos o nosso nível de proficiência. Eu fiz a prova para entrar no nível B1, tive aproveitamento total de 80% da prova, e nesta segunda-feira (24) as aulas começam. Será um curso intensivo de alemão de 3 semanas. Ainda na quinta-feira, a noite, fomos em um bar que teria uma competição de Karaokê. Os estudantes estrangeiros foram divididos em grupos no início da semana, e cada grupo cantaria uma música. Eu não pude praticar com o meu grupo porque tinha ido ao médico e acabei indo resolver uns outros problemas depois. Mas, na hora, me falaram qual música seria, coincidentemente eu conhecia, então fui cantar com eles. Cantamos “Du Hast”, do Rammstein. Foi incrivelmente foda. Eu e mais um cara cantamos algumas partes usando gutural enquanto os outros só cantavam em coro mesmo. Muita gente lá no bar sabia cantar essa e agitamos a porra toda. E adivinhem só? Claro, ganhamos a competição \o/
Sexta-feira fizemos uma viagem para Heidelberg, com vários estudantes estrangeiros e alguns tutores da faculdade. Eu realmente imaginei que teria vários parágrafos para escrever sobre a cidade, mas foi tão frustrante quanto a vez que viajei para Bonito, no MS. O que tenho a dizer é que andei, andei, ouvi barulho de pessoas tirando foto, andei mais um pouco, comi uma comida de qualidade baixa, andei mais um pouco e as três da tarde eu não aguentava mais aquilo… ainda bem que consegui dar o fora lá pelas cinco com outras pessoas que queriam ir embora. Meus amigos gostaram pra caramba, parece que o lugar era muito bonito, tinha as ruínas de um castelo, um museu da universidade de Heidelberg, que é a universidade mais antiga da Alemanha, e o lugar que achei mais maluco de todos: a prisão dos estudantes, qual ficava na universidade. Sério, os caras eram presos em uma prisão especial, surreal.
Um adendo inútil a esse texto: faz anos que não faço uma viagem que eu possa dizer que gostei. Tirando aquelas que viajei exclusivamente para encontrar amigos ou ir a um evento, viagens que tinham um caráter exclusivamente turístico tem apenas me chateado. A maioria das coisas são muito visuais, não tem nada para eu fazer, o que acaba me entediando demais. Acho que estou tentando os lugares errados.
O final de semana foi particularmente tranquilo, no domingo teve o encerramento da semana de orientação. Cada pessoa tinha que levar um prato típico do seu país, e faríamos um grande jantar juntos. Foi muito interessante, embora tenhamos levado pouca comida e ela logo acabou. Mas a variedade era enorme. Como crepes franceses, massas italianas, rocamboles finlandeses, água de valência da Espanha, alfajores argentinos, comidas bizarras chinesas e mais um monte de coisas que não vou me lembrar ou que não provei. Nós, brasileiros, fizemos pão de queijo e brigadeiro. Mas, se eu tivesse dinheiro infinito, teria feito um churrasco pra mostrar pra toda aquela galera o que é comer bem de verdade, porém, como eu disse anteriormente, tenho 20 euros no bolso até que recupere meu cartão ou que receba dinheiro de outra forma.
Retomando para o nosso pão de queijo… para acharmos polvilho, ingrediente necessário para fazer o pão de queijo, não foi fácil. Achamos uma receita na internet que substituía os tradicionais ingredientes brasileiros por alguns outros itens locais. O substituto do polvilho se chamava Tapiokamehl, só achamos isso em uma loja de produtos asiáticos… nosso palpite é que essa Tapiokamehl era uma espécie de farinha de mandioca. Entretanto, com ela em mãos, não chegamos a um consenso, pra decidir se era farinha de mandioca se era o polvilho mesmo ou se era um intermediário. O fato é que isso, na verdade, não importa, o importante é que fizemos o pão de queijo e ficou bom.
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