[A Saga do Cão Guia] - Capítulo 4
Última modificação: 04/05/2020
Ok, pessoal. Não vou conseguir mais postar todo dia contando sobre o meu dia, então vou começar a meio que resumir as coisas mais importantes que ocorreram nos últimos. Está realmente ficando apertado o tempo por aqui, e as pausas que temos estão sendo cada vez menores. Estamos seguindo normalmente a mesma rotina que vocês já conhecem. Acordar as 6 da manhã, dar água, comida e levar o cachorro ao banheiro, a sessão de obediência com os comandos básicos, depois tomar um café (adoro essa parte). Depois disso, normalmente vamos para White Plains, uma cidade a uns 20 a 30 minutos de Yorktown Heights. Vamos lá, onde eles tem uma casa grande de madeira, e ficamos por lá enquanto não vem nossa vez de ir para a rua. Essa casa também é bem bacana, e tem várias coisas.
Eu gosto bastante de ficar no andar superior em uns sofás bem confortáveis conversando com um pessoal. Quinta-feira foi o primeiro dia que eu andei com o Timmy na rua, e de uma coisa eu tenho certeza: Nunca mais vou querer a bengala. Logicamente, haverão situações onde deverei usar a bengala e não o cão, mas no dia a dia, sem chance; Andar com um cão guia é uma coisa impressionante. O movimento flui, é o que eu posso dizer. Você sente uma segurança e é como se você não fosse mais cego. Você simplesmente vai andando e acompanhando o passo dele, desviando das coisas junto dele e dando os comandos apropriados. Com certeza, você tem que saber o caminho onde você quer ir; o cachorro não vai te levar para a sua casa se você falar ‘to the house’, isso não. Ele obedece comandos tal como virar para a esquerda, direita, até a porta, até a escada, até o meio-fio, em frente, mais rápido, etc. O que não é tão difícil, o que quero dizer é, eu sei o caminho que eu tenho que pegar para ir a padaria, a faculdade, ao shopping, o que eu preciso fazer é só pedir para meu cachorro me levar lá, dando uma série de comandos, fazendo que andemos três quadras, depois viramos, continuamos, por exemplo.
A cada volta que damos, sinto que estamos melhorando. O que pode causar alguma confusão? O que tem para ser melhorado? É meio difícil eu explicar para vocês, acredito. O instrutor sempre acompanha a gente, e faz correções do tipo nosso alinhamento com o do cão, distância que estamos caminhando dele, como reagimos em relação as curvas que ele faz. As vezes você não sente que o cão está virando para a direita, ou seja, indo na sua frente, visto que ele fica normalmente na sua esquerda, você acaba tropessando de leve nas patas dianteiras dele até que você percebe que ele está virando e vira também. Como eles dizem normalmente por aqui ‘Você precisa ler a linguagem corporal do cachorro’, e é isso mesmo. A dupla precisa conseguir entrar em sintonia, as horas que ele começa a andar mais rápido, mais devagar, quer puxar você para algum lado para desviar de alguma coisa, etc e etc.
Quando vamos para White Plains, almoçamos por lá mesmo, e voltamos quase no final da tarde, em tempo de levá-los ao banheiro mais uma vez. Depois disso já vem a janta e uma aula, que normalmente dura de uma hora a uma hora e meia, ensinando coisas sobre o nosso treinamento, e tudo mais. Tem sido difícil. Requer paciência, dedicação, disciplina, e algo que não podemos controlar, o tempo. Tempo até que a dupla entre cada vez mais em sintonia e o cão passe e entender exatamente o que você quer dele, quando você pede. Eles sabem fazer o que eles foram ensinados a fazer muito bem, o que é preciso é corrigir os maus hábitos, melhorar o que eles já sabem, ou seja, incentivar os melhores acertos deles quando damos um comando, o que fazemos normalmente com comida, uma espécie de gratificação.
Quando o Timmy está trabalhando, ou seja, me guiando, eu consigo ver que estamos progredindo muito. Já quando ele só está com a leash (correira, trela), ele se destrai muito fácil quando vê outros cachorros, sente um cheiro novo, o que requer a necessidade de ser bem insistente com ele e melhorar sua atenção, o que resolvemos com as sessões de obediência todos os dias de manhã. Antes de dormir levamos eles no banheiro às 7 e meia e às nove e meia novamente. Precisamos conhecer os horários do nossos cães, em que horas eles preferem ir ao banheiro, o que eles fazem em cada vez, número 1 ou 2, a fim de ser possível no futuro ajustar os horários do cão para coincidir com nossos horários.
A sexta-feira não foi muito diferente da quinta. Fizemos a mesma rota perto do outro centro de treinamento em White Plains, cada dia corrigindo e melhorando nosso envolvimento com o cão. Espero melhorar cada vez mais, e estou confiante que isso será possível. Trabalho duro e confiança, é o que vai nos ajudar nessa tarefa.
Valeu por tudo até agora, Timmy!!! Eu já gosto muito de você!!!
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